

Pedro e João trabalhavam juntos, tinham a mesma função em um mesmo departamento. Todos os dias o chefe distribuía 15 tarefas para cada um. Pedro levava 8 horas para fazê-las, um dia inteiro. João era mais eficiente, em média usava apenas 6 horas para as mesmas 15 tarefas. João gostava de fazer seu trabalho rapidamente, pois podia usar o tempo restante para ajudar colegas, fazer um trabalho de faculdade ou mesmo navegar nas mídias sociais.
Percebendo que João tinha cerca de 2 horas ociosas por dia, o chefe decidiu atribuir-lhe 20 tarefas. Já Pedro, por ser menos eficiente, continuava com 15 tarefas. Um maior volume de trabalho poderia ser interpretado como uma espécie de oportunidade ou reconhecimento. Mas com o passar do tempo, João começou a questionar a distribuição desigual de tarefas. Se a performance esperada era de 20 tarefas por dia, por que Pedro continuava na equipe? Se João era um colaborador melhor para a empresa, por que era constantemente “punido” com um volume maior de tarefas? João não entendia.
João enxergava apenas duas opções:
1. Ele poderia manter sua performance elevada e aceitar o volume extra de tarefas, na esperança de que seu esforço fosse reconhecido com uma promoção ou aumento de salário.
2. Ele poderia diminuir sua performance para equiparar-se à Pedro. Se 15 tarefas por dia era uma média aceitável, João poderia manter seu emprego sendo apenas um pouquinho mais eficiente que Pedro. Ele poderia disfarçar, fazer corpo mole e assim aproveitar um pouco o tempo livre quando o chefe não estava por perto.
Considerando que João trabalhava na área operacional, com baixa perspectiva de crescimento e submetido a um rígido programa de cargos e salários, qual opção seria a mais interessante? Se for sincero, você responderá como a maioria dos funcionários de qualquer empresa ou segmento responderia.
Quando o chefe eliminou a ociosidade, sem querer tirou uma pequena vitória diária de João. João não tinha mais porque buscar a eficiência, exceto por um distante e improvável crescimento na empresa. Desse modo, o chefe sem querer trocou a meritocracia pela lei de Parkinson (não confundir com o mal de Parkinson). Ele não percebeu que as pequenas vitórias dão sentido ao esforço extra.
Lei de Parkinson: “O trabalho se expande de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização.”
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